Do avesso, um verso se ajeita ...




quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Eu espero?

Você pediu que eu esperasse ..
E eu espero, antes só preciso esperar mesmo, saber [e quem sabe, entender] o que você quer eu que eu espere.
Quer que eu espere você passar dias sem mim, sem nos ligarmos para dizer que foi engano e aproveitarmos a mentira sincera para lembrarmos o quanto a saudade está espaçosa entre nossos encontros?
Quer que eu espere enquanto o café esfria e você não acorda para irmos juntos ao trabalho e eu precise te acordar, mas você me prende não só entre os nossos lençóis, mas entre nossas peles e eu acabo me atrasando também, sem arrependimentos?

Quer que eu espere para saber se você vai vir almoçar e aproveitar para dividir o seu sorvete que nunca é seu sozinho porque eu sempre fico com os dois?

Quer que eu espere a nossa música acabar, outra vez, e a gente nunca abusar porque ela diz tanto sobre nosso amor, que nem é mais só amor, é uma amizade que permanece além de encontros mais íntimos?

Quer que eu espere naquela rodoviária fria, cheia e vazia sem você, mas que logo se [e me] completa com o seu abraço, aquele tão meu, de quem - me e te - esperava por uma vida inteira?

Quer que eu espere para poder acordar umas 3hrs da madrugada e receber um "queria está cheirando seu cabelo agora" pelo celular, mas que fazem esses mesmos cabelos encherem-se de cheiro e arrepio, ainda que por um largo e sonolento sorriso?
Quer que eu espere para poder comprarmos juntos o seu presente de qualquer dia, mesmo repetindo que não é para você, mas ainda assim o é, e a surpresa ser sempre verdadeira?
Quer que eu espere caminhar na rua e ao encontro daquela nossa árvore de "bons dias senhorita" um passar por cada lado formando um abraço entre nós três? Quer que eu espere para você poder dizer que não tá bem e que eu fique só mais pouquinho, porque mesmo quieta, eu faço tanto por você?
Quer que eu espere você segurar o meu braço com uma fraqueza na força e uma fortaleza no cuidado assegurando-me de que "nós vamos passar por isso juntos" aidna que eu saiba que o problema é meu?
Quer que eu espere um "vou te morder na frente do nosso chefe" em plena reunião de avaliação? Quer que eu evite sorrir e tenha ataque de tosse e precise sair para o banheiro, aquele mesmo que você confundiu com o masculino e acabou esbarrando comigo, e, enfim ... ?
Quer que eu espere ter de refazer esse texto, aparentemente concluído e com possíveis finais, ainda que cheios de interrogações?
Acho que não .. que não sei!
:l

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

...


De todos os melhores lugares do mundo para se morar, dentro de um abraço é o que me completaria.
Há tanta coisa além de braços entrelaçados ali, há tão mais do que união de duas moradas d'alma.
É dentro de um abraço que eu quero morar.
Dentro daquele, preferivelmente, que não meça espaço, nem tempo, nem esforços para que eu continue, pois sair dele é a última coisa desejada por mim.
Quero moradia de abraço.
Quero abraço sendo meu lar.
Quero te abraçar!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Retalhos de mim

...espalhados pela casa.

A noite foi longa e você parecia tão meu que muito pouco me importei comigo depois de nós.
No último gole do nosso suor, vi que necessitava de mais, de muito além do que queria, do que até ali eu tinha, de muito mais que carne, de sensações infindas [sim], mais de você, de mim. E no fim você querendo saber o que eu tinha e, dentro, eu me perguntava, mesmo, era o que para mim faltava, que tanto eu precisava.
- Não é nada!
E o nada é tão vago, ao tempo que pode ser tão tudo.
Quando não se tem tudo, tem-se nada e nada é a falta de tudo, e quando há tudo não falta nada, mas mesmo com tudo, o mesmo tudo nunca completará o nada...
Há muitas interrogações habitando em meus versos, sendo eu reverso, contrário de tudo que do nada eu sou.
Estou com sono, quero que vá embora!
Pode sair, querido! Pode ir sem preocupações, o problema nunca será você.
Vai e me deixa! Deixa que eu me busco, outra hora.
Quem sabe um dia esses pedaços caídos sempre que eu explodo por dentro, um dia deixarão de c[s]air, não é?
Só sentirei, porque neste dia não serei mais minha, mas para quem não sabe muito bem o que [e de quem] se é, ser qualquer coisa, ainda que nada, alivia muito.
Mas, por enquanto, eu vou me catando...