Do avesso, um verso se ajeita ...




quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poeminha



Tem que ser baixinho, de mansinho e com cuidado.

Tem que ter carinho, bem juntinho, lado a lado.

Tem que deitar no colo, pedir consolo, tocar as mãos.

Tem que ser inteiro, de janeiro a janeiro, mais de uma estação.

Tem que pedir calado, ganhar roubado, soprar no ouvido.

Tem que ser singular, ser dos dois um só ar, sem se ter dividido.

Tem que ter cafuné, o segredo qual é? Você sabe fazer.

Tem que estar no sorriso, no meu brilho escondido, que não cansa acender.

Tem que ser poesia, de noite e de dia, e de dia um azul.

Tem que ter pele nossa, com som ou sem bossa, corpo bailando nú.

Tem que rimar sem compasso, sem ter embaraço, sem se conformar.
Tem que ter melodia, errando a grafia, mas plural conjugar.

Tem que ter segredinho, voz de passarinho, som de cata-vento.
Tem que estar na lembrança, esta eterna aliança, este nosso momento.

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