Do avesso, um verso se ajeita ...




quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Feliz ano, clichê!

Há uma semana eu estou na ansiedade de escrever algo, e que insistência em dar trabalho dessa vez está o que eu sinto, hein? Não quero retrospectiva, quero perspectiva. Não que lembrar das coisas que me aconteceram nesse ano que está sendo nunca mais vão me faz mal (ao menos não todas), mas é que dessa vez olhar para trás pode me fazer buscar sentimentos que eu já me acostumei a viver sem. E não, eu não estou falando de amor. Talvez eu esteja falando de realidade ...

A ideia de que 2012 possa ser o último ano da nossa existência, poderia de alguma forma servir favoravelmente para a vida desse povo "dorminhoco" em relação à sentimentos, não é? O medo da perda encoraja-nos a fazer algo que jamais faríamos se não fosse a pressão de que não teríamos outra oportunidade para fazê-lo [ou não]. Se não pra sempre, mas 2o12 vai começar e terminar como todo e qualquer outro ano que começou e terminou para mim, e muitos deles com as minhas velhas promessas e esperanças de que algo [que eu nunca soube de verdade o que era] acontecesse.

Sorrisos fartos eu tive sim, e ah, como os quero sempre no novo ano que vem mesmo depois deste. Acho que quero mesmo as mesmas coisas que vez ou outra tenho, ams quero dessa vez mais infinitamente eternos [é, redundante mesmo!]

Quero meus amigos sendo para mim os melhores idiotas que são, e que eu seja para eles também, assim sem vergonha de ser o que é, sem medo de se entregar por inteiro, sem cobrança e sem sobra. Assim eu quero os meus amigos, e assim eu serei para eles, como sempre sou. Quero Nando Reis compondo músicas minhas, quero Roberta Campos renascendo Renato Russo em sua voz meiga e doce. Quero Jeneci fazendo meu coração brincar em dias de sol e de chuva, e em casamento aos domingos e em todos os dias da semana feita "pra sonhar". Quero meu violão afinado [porque eu sei que vou aprender a afiná-lo, SIM!], e meus dedos doloridos e felizes por dele tirar acordes que [en]cantam minh'alma.


Quero mainha me acordando as seis da manhã, mas que pra ela já é meio-dia e passarinho .. ah mãezinha! Passarinho canta a hora que ele quiser! Quero painho fazendo planos comigo pra comprarmos um carro novo, sem perder aquele jeito de me chamar de "pain" e me fazer menina mesmo quando eu prefiro uma bola ao invés de boneca. E os meninos me jogando pra cima, dando murro nas minhas costas e fazendo cosquinhas em mim até eu "me mijar" ¬¬'. Quero mesmo brigar pelo controle remoto e pelo video-game. Quero sim xingá-los e preferir que eles não morassem comigo, no fundo eu sei que isso tudo é balela . Quero chorar na formatura deles, no casamento deles, no nascer dos filhos. Quero família!

Quero ler textos e morrer de inveja de quem os escreveu, porque queria tanto que eles tivessem saído de mim, mesmo sabendo que de alguma forma os textos saem de todos os que a ele se entregam, não importa quem os escreveu. Não quero mesóclises, nem ênclises, quero próclises, erros de grafia, acentos tronchos, mas quero textos intensos. Quero livros pra cheirar. Quero livros pra morar. Quero livros pra viver!

Quero dias na manicure, no cabeleireiro, nas lojas mais frescas que há, claro que sem grana, né? Só pra tirar onda! Mas quero grana, ora! Quero muito mais dias de mormaço, de pijama velho e furado, mas cheiroso. Dia de ficar embrulhada no lençol vendo desde "Benjamim Button" à "Se beber não case". Quero cinema. Cinema e pipoca. Cinema e companhia. Cinema.

Quero trabalho. Quero dias turbulentos que me façam implorar por férias, e quero férias, e logo! Quero crianças brincando de ciranda, e amigos adultos também, minhas crianças preferidas!

Quero computador nas noites mais solitárias que virão. Elas são inevitáveis, mas não obrigatórias!

Quero viajar!

Quero nascer e pôr de sol. Quero bicicleta me levando no meio da chuva. Quero um momento sem pensar em nada além da bola gigante de chiclete que eu consegui fazer! Quero piadas sem graça daquelas que a gente dói a barriga de tanto sorrir.

E quero amar ... De todos os clichês acima, que são mesmo clichês, mas são os meus, o amor é o meu mais necessário. Para que todos os dias eu possa enfrentar os problemas, eu preciso de amor. Para que todos os dias eu possa compartilhar as alegrias e até tristezas, eu quero amor. Para que todos os dias eu sinta prazer em escrever poesias, surrealistas, utópicas, mas poesias, minhas, eu quero amor. E quero amor embaixo ou em cima dos meus lençóis também. Quero amor com cheiros no pescoço, mordidas no queixo, beijos nas mãos e afago nos cabelos. Quero amor com todos aqueles desejos que a gente reprime quando pensa que é proibido pensar. Quero amor recebendo mensagens bobas no celular e no e-mail, e quem sabe nos outdoor'es[?]. Quero amor por merecer. Quero amor por não precisar, mas por que é preciso! E quero amor sendo amada! E que amando eu possa continuar cada ano vivendo o novo todo dia.
Como disse, quero clichês!

Ou há outra forma que me deixe mais feliz do que isso?! Se houver, eu mudo a trilha sonora .. e, sabe de uma coisa? Eu nem pretendo trocar a que estou ouvindo agora!

Feliz clichês que importam para cada um que voar por aqui.

Obrigada por vocês continuarem enchendo meu sorriso, inspirando meu coração e revivendo poesias em minha alma.

Um 2012 poeticamente encatador para vocês.
:)

4 comentários:

  1. Que o que foi ruim seja esquecido, e que o que foi bom seja lembrado com sorrisos e lágrimas emocionadas nos olhos! E mais que tudo, que o futuro seja vivido intensamente, sem medos, sem receios de errar, apenas com a alegria de se jogar na luta de ser feliz! Que seu 2012 seja o ano mais mágico de sua vida! Obrigada a você, por encher a vida de todos que passam por aqui de poesia e beleza! Beijos!

    ResponderExcluir
  2. Oi, Jamý, boa tarde!!
    É... Está claro que há muitos desejos em seu coração!... São 45 "queros" explicitos, fora as continuações de frase com os implícitos; mais 3 "não quero" que implicam em querer de uma forma diferente, mais um "queria", que é uma forma de dizer "quero embora sei que não possa ou não deva"...
    Desejo é o que não falta. Alguém poderia perguntar: será que dá para realizar tanto desejo em um ano?!" Dá sim, porque quase tudo que você diz que quer é exatamente o que já tem. Você quer permanecer tendo tudo que já tem, e para não ser totalmente clichê, como você diz, quer alguma coisinha aqui ou ali e, disfarçadamente, o amor que parece faltar, ou faltar da forma que você o quer...
    Mãos à obra, vamos à luta! Dizem que querer é poder... É uma frase clichê equivocada. Tem que haver luta.
    À luta! À vitória!
    Um beijo muito carinhoso
    Doces realizações
    Leo

    ResponderExcluir
  3. Queridos, vocês me deixam muito melhor quando compartilham comigo esses sentimentos bonitos, que são tão e todos nossos!
    -
    Nossa Leo, não tinha feito cálculos dos meus quereres, ams pelo que vi/li eles são bem mais do que eu os imagino, hein? É bom tê-lo por aqui, senti-lo assim tão intenso nos comentários, é uma gentileza, tão agradável! Obrigada, viu?
    Carinhos em você ^^
    Jamý

    ResponderExcluir
  4. Então quer dizer que tudo que tu escreve também é meu, Flor?!
    Que sorte a minha. Sou tua fã. Eu sempre tive medo de gostar tanto desses clichês e por causa disso as pessoas olharem feio, mas olhaí... a gente gosta. E gosta sem se importar como as pessoas vão olhar.. porque a gente sente e só isso importa, não, é?!

    Queria um abraço teu.
    Gosto demais de tu...

    ResponderExcluir