Do avesso, um verso se ajeita ...




domingo, 6 de maio de 2012

Deixei de ser o que não fui, eu.

 
Quando eu tinha mãos, 
para tocar o impossível, 
Eu me fiz toda invisível 
Entregando desejos ao vão. 

Quando olhos eu ainda tinha, 
Para enxergar além de mim,
Por tempo infinito eu me esqueci, 
a quem de verdade eu pertencia. 

Quando o ar não me faltava 
Eu respirei ventos alheios. 
Eu me privei dos meus anseios, 
Para viver o que me matava 

E agora, além de tudo, sempre só, 
Vou rasgando o mundo inútil, antes segredo, 
Que hoje não alimenta mais meus medos 
Nem mais sopram o que de resto já "sou" pó.

2 comentários:

  1. Oi, Jamý, bom dia!!
    "Quando" é um termo que deveria trazer sempre à reflexão, como nesse poema lindíssimo. Nossos "quandos" vagam, dispersos em nossas vidas, e quase sempre, quando era para fazermos aquilo, fizemos e fazemos isto.
    Tivemos mãos para fazer, olhos para ver, pulmões para respirar, e não o fizemos - nada mais atordoante que a consciência disso!
    Feliz de quem encontra o "agora" tendo acertado, no passado, uma sucessão de quandos, de comos, de ondes e de porquês. Porque esse "agora" representará um olhar até o horizonte, e a visão de que, até aqui, foi maravilhosa a vida que se viveu.
    Um beijo carinhoso
    Doces sonhos, princesa
    seu fã
    Lello
    P.S. 1 - Você sempre inspira demais.
    P.S. 2 - Recebi um grande presente de uma amiga sabe?! O de ter uma forma de contato! Agora, só falta o outro presente...rs

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