Do avesso, um verso se ajeita ...




quarta-feira, 9 de março de 2011

Mulher .. a minha!

Foram poucas as vezes em que a Mulher da minha vida fez-me chorar de verdade ..
Uma destas foi quando eu menti sobre ter deixado o bebê do meu tio em sua casa e disse que havia gente por lá, quando, na verdade, não havia. O bebê derramou todas as garrafas de água da geladeira e quase aconteceria o pior se ela, a Mulher da minha vida, não tivesse chegado na hora. Ela, com uma inacreditável sutileza na bronca, puxou a minha orelha e disse para que eu nunca mais mentisse para ela.
Eu chorei!
Outra vez foi quando eu queria a boneca que, ao apertar sua barriguinha, chorava, mas, como era lançamento no mercado, o preço era altíssimo e tinham mais três crianças, além de mim, que mereciam ganhar presente, também, no natal.
Ela disse que eu ficaria com a boneca mais simples e eu, negando compreendê-la, caí aos berros no corredor da loja, vendo-a ir embora, sem me dar a boneca, sem olhar para mim. Mas eu chorei mais, mesmo, quando pensei que ela teria partido de verdade.
-No próximo choro, eu juro que não volto para te buscar.
Eu calei.
E a última vez, a qual me lembro, de ter chorado de verdade e desta vez com mais lágrimas, foi quando a vi chorar...
A Mulher da minha vida sempre parecia, aos meus olhos, alguém que nunca chorava.
Alguém forte, grande, dura .. mas, ao surpreender-me com lágrimas, eu descobri que ela, que eu, que nós, nos parecíamos muito. Principalmente no choro.
Foram poucas as vezes em que a vi chorar de verdade.
Mas foram as vezes mais doídas e mais inesquecíveis da minha vida.. da vida da minha Mulher.
A primeira vez foi quando ela perdeu sua mãe.
E a perdeu duas vezes.
Na primeira ela chorava agachada no canto da pequena sala, da pequena casa onde morávamos. E eu, na minha inocência de, ainda, querer uma boneca, chorei ao seu lado, também, sentada no chão.
A segunda lágrima pela sua mãe foi derramada em meu ombro, e eu já não precisava mais da boneca..
Outra vez foi quando ela perdeu o seu pai, também duas vezes. Sim, a Mulher da minha vida foi contemplada com mais pais e mães do que nós. Não sei se isso é bom, pois a dor da perda é dobrada, ao certo. Sem contar com os que queriam tê-la como filha.
Com o primeiro pai o adeus foi um choro mais terno, diria sem ironia alguma, que foi um tchau mais conformado. O outro, foi um adeus esperado, um choro antecipado.. mas este seu pai nem foi embora, ao menos, não ainda!
E outra vez foi quando, desta vez, o papai, o meu, a fez chorar, com os joelhos cruzados agarrados pelas mãos em cima de sua cama, aquela que a gente mais gosta de estar. Cama de mamãe e papai é sempre melhor que a nossa. Mas naquela manhã a deles parecia um chão sem fim, para aquela Mulher, que mais me lembrava uma menina no chão de uma loja de brinquedos temendo que a sua mãe não voltasse para buscá-la, mas desta vez a dor dela era bem maior do que a minha. Eu sentia no peso das lágrimas.
E ao invés de sua mãe, foi a mim que ela abraçou procurando amparo e abraço. Desta vez, a Mulher da minha vida, precisava mais de mim, do que eu dela.
Eu chorei mais.
Eu chorei muito.
E chorando, eu prometi, que enquanto a tivesse em meus braços, nunca mais eu permitira que ela chorasse. Queria para mim suas lágrimas, suas dores, seus medos, sim, ela tem medos. Mesmo escondidos em uma face, aparentemente, sem rugas, mas ela tem receios, talvez de mais choros, não sei, mas, ainda assim, medo!
Ela me ensinou e me ensina muito coisa. Uma delas é a de aprender a viver com os meus medos.
Ela me deixa crescer com segurança nas suas mãos, porque ela me mostra que, ainda que saia da loja de brinquedos, ela vai voltar. Ela vai. E eu vou parar de chorar. Vou parar de chorar porque ela vai sorrir para mim.
Ah e como é linda a Mulher da minha vida quando sorri.
Sim é linda, bem mais do que é quando está brava. Quando reclama. Quando diz que está cansada. Quando manda apagar a luz ou abaixar o som da TV.
A Mulher da minha vida é uma menina. É a minha boneca trazida na noite mais estrelada do Natal. É meu cobertor aquecido quando a nuvem insiste em soprar vento frio em meio à gotas fortes de chuva.
A Mulher da minha vida é a fortaleza de papai. A protetora da criança mais nova. A conselheira do rapazinho do meio. A segurança do homem crescido que já é papai, tornando a Mulher da minha vida, vovó.
Ela é a minha casa. Ela dorme e acorda com muitos medos e choros ainda dentro dela. Mas ela não se deixa abater por eles, não mais, não muito.
Ela sabe que eles são fortes, mas meus braços, apesar de pequenos e magros, são mais. São delas. São seus.
A Mulher da minha vida.
Ela quem me oportunizou escrever essas palavras dançantes que, em melodia cheia de doçura, rodopiam a alegria de tê-la escrito.
Ela.
A minha.
A mulher.
Minha.
Mainha!

FELIZ DIA COM MULHERES DA NOSSA VIDA SEMPRE PERTO DE NÓS!

3 comentários:

  1. Mainha é tão Linda, né? *-* E ela deve ter ficado "viva de feliz" caso tenha lido isso... mas sabendo que tem teus braços, Linda Flor, eu já sei que ela é feliz :)

    Dê um abraço em mainha, por mim, viu?
    Um abraço que depois, qq dia desses, eu dô.
    E em tu tbm!

    Um beijo, viu? ;*

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  2. que liiiindas *-*, emocionante... feliz dia das mulheres pra tia mais linda do mundo ! amo vocês ♥

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