Do avesso, um verso se ajeita ...




domingo, 3 de abril de 2011

A-paixão-nada


Paixão, então, é tudo?

Não, senhor.. paixão é nada.

"Tudo" pode ser visto, "tudo" pode ser tocado, "tudo" pode ser contado. "Tudo" é pouco, tudo é muito pouco ... Tudo que há, tudo que não há. Mesmo tudo que não há é contado, não há isto ou aquilo. Isto ou aquilo.

Já o nada, ah, o nada, o nada é muito mais que tudo. Nada é tão amplo e tão extenso que ultrapassa, como diz a poeta, qualquer entender.

"Nada", como consta no dicionário, é a ausência de quantidade. A ausência de quantidade, a ausência de explicação.

Paixão, meus caros, é a soma de todos os nadas.

Apaixonada, sim estou apaixo-nada. Ausência de quantidades, de explicações. Minha paixão se sente muito mais completa no nada, na extensão de seu significado, na ausência de entendimento.

Apaixono-me,

apaixão-nada.


- Desconheço a autoria -

Nenhum comentário:

Postar um comentário