Paixão, então, é tudo?
Não, senhor.. paixão é nada.
"Tudo" pode ser visto, "tudo" pode ser tocado, "tudo" pode ser contado. "Tudo" é pouco, tudo é muito pouco ... Tudo que há, tudo que não há. Mesmo tudo que não há é contado, não há isto ou aquilo. Isto ou aquilo.
Já o nada, ah, o nada, o nada é muito mais que tudo. Nada é tão amplo e tão extenso que ultrapassa, como diz a poeta, qualquer entender.
"Nada", como consta no dicionário, é a ausência de quantidade. A ausência de quantidade, a ausência de explicação.
Paixão, meus caros, é a soma de todos os nadas.
Apaixonada, sim estou apaixo-nada. Ausência de quantidades, de explicações. Minha paixão se sente muito mais completa no nada, na extensão de seu significado, na ausência de entendimento.
Apaixono-me,
apaixão-nada.
- Desconheço a autoria -
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